A imprensa internacional tem repercutido criticamente as últimas eleições parlamentares na Noruega, dando destaque para a ascensão ao poder do ex-partido do terrorista Anders Behring Breivik, o populista ultradireita Fremskrittspartiet (FrP), comandado pela durona Siv Jensen.
A política de imigração do FrP é radical: asilos-prisão, expulsão, proibição de permanência por casamento, construção de asilos fora da Noruega entre outras gentilezas. O terrorista Anders Behring Breivik, que matou mais de 70 jovens do partido trabalhista Ap num ataque declarado à política de imigração do governo atual, foi brevemente filiado ao FrP, mas hoje está desligado.
O The Independente chapou uma foto lado-a-lado do terrorista e da líder do FrP Siv Jensen; a verdade dói.
Jornais importantes como o The New York Times, The Guardian, NBC News, Reuters, AlJazeera, The Independent, Deutsche Welle, lembraram a passagem de Breivik pelo FrP e destacaram o caráter anti-imigração do partido e seu peso na negociação do próximo governo.
Isso causou alvoroço no pequeno Reino da Noruega. Aproveitando a onda, o ministro da cooperação Heikki Holmås, do social-democrata SV, botou lenha e twittou
que é natural que o FrP seja chamado de partido populista de direita,
assim como seus pares na Dinamarca (Dansk Folkeparti) e Suécia (Sverigedemokratene). Em resposta, a futura primeira-ministra Erna Solberg, do partido Høyre (Direita), tomou as dores do irmão menor e exigiu um pedido de desculpa de Holmås, que claro negou, já que a própria Grande Enciclopédia da Noruega usa o termo "populismo de direita" (høyrepopulisme) para descrever o partido (!). Depois vieram os dois menores de centro Venstre e KrF, e botaram panos quentes, dizendo que a imprensa internacional exagerou, que o FrP não é tão feio assim.
Isso tudo um dia antes de se iniciarem as negociações para formação do novo governo de direita, em que o FrP é o segundo maior dentro os quatro partidos do bloco conservador, com 16% dos votos e 29 dos 169 assentos do parlamento. E já declarou que virá com tudo.
Até o próprio Ministério das Relações Exteriores (UD), pilotado pela coalizão derrotada, já viu que o ventilador vai soprar para o seu lado também. A avaliação do governo é que essa ligação sinistra entre Breivik e FrP prejudica a reputação não apenas do partido, mas de todo país. O ministro Espen Barth Eide (Ap) declarou que vai intervir junto às embaixadas para ajudar a limpar a imagem do partido e do país junto à comunidade internacional. Mais ou menos como se o Itamaraty saísse publicamente em defesa do DEM. Vão dizer o quê? Que o Breivik não é mais filiado? Que o FrP gosta de imigrante? Prato cheio para os marketeiros políticos.
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